Óleo e água não se misturam. Muita gente sabe disso. O que a maioria desconhece, no entanto, é que tentar usar água para apagar um fogo queimando com óleo só vai piorar a explosão.
A Instituição Real de Londres fez em 2012 um experimento do tipo para promover suas palestras anuais de Natal, com o químico Peter Wothers vestindo um terno retardador de chama enquanto aquecia apenas 150 ml de óleo sobre um bico de Bunsen até uma pequena chama se desenvolver. Em seguida, ele derramou um copo pequeno de água sobre a labareda, e… BOOM!
Quando a água é vertida na queima de óleo, devido ao calor intenso, vaporiza-se quase instantaneamente. Com esta mudança de fase do estado líquido para o gasoso, a água se expande até 1.700 vezes, forçando o fogo para cima. Isso oxigena o óleo depositado no fundo e cria uma enorme chama.
Experimento com água e óleo
Em 2009, cientistas da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos EUA, decidiram observar atentamente este fenômeno. Assim, fizeram imagens em close das várias fases da reação, em um vídeo de alta velocidade (3.000 quadros por segundo).
Eles gravaram uma pequena gota de água atingindo óleo quente. Como a temperatura do óleo é maior do que o ponto de ebulição da água, há um pequeno efeito de expansão inicial, conforme o líquido passa por uma fase de transição rápida para vapor.
Em algum momento, essa mudança de fase atinge um ponto crítico, e vem a reação dramática de superexpansão.
Eventualmente, a gota entra em colapso devido à maior pressão do óleo circundante, mas logo depois volta a se expandir. E entra em colapso novamente. E expande novamente. É um ciclo vicioso.
O ciclo termina quando a água atinge um pico de instabilidade: o vapor acaba por subir alto o suficiente através do óleo para se libertar da superfície. É aí que o óleo quente pode se espalhar por toda parte. É por isso que você não deve tentar isso em casa: pode acabar ganhando queimaduras de terceiro grau.