Entre os 266 municípios baianos que estão na região do semiárido, apenas 51 têm sistema de coleta de esgoto. Isso significa que os dejetos produzidos nas residências em grande parte das cidades do semiárido baiano vão parar nos rios e em locais impróprios. Sem a coleta, o esgoto vai parar em fossas, sumidouros, valas a céu aberto e/ou lançamento direto nos rios e lagos.
A estimativa está na publicação “Esgotamento Sanitário: Panorama para o Semiárido brasileiro”, lançada na quinta-feira (7) pelo Instituto Nacional do Semiárido (Insa). O estudo contou com o apoio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano (Ifbaiano).
O semiárido baiano é o que mais produz esgoto com registro de 124.491 m³/ ano, mas é também a região que concentra o maior número de cidades. Desse total, há a coleta de apenas 23,6% do esgoto produzido, o que deixa o estado na segunda posição do ranking de coleta, perdendo apenas para o semiárido paraibano (31,3%). “Os principais destinos dos dejetos gerados evidenciando a ausência de investimentos e a exposição dos habitantes a diversas doenças infecciosas e parasitárias”, avalia o Insa, no relatório.
Os perfis dessas cidades dentro desse contexto têm em sua maioria (189, das 266) índice de desenvolvimento baixo. A Bahia tem a terceira taxa de esgoto mais cara entre as regiões de semiárido brasileiro, com a cobrança média de R$ 1,69 para cada metro cúbico.
No Brasil, o sistema de esgoto não chega a 70% da população do Semiárido. Das 14 milhões de pessoas que moram nas áreas urbanas do Semiárido brasileiro, cerca de 10 milhões (71%) não são beneficiadas com coleta de esgoto sanitário, destinando os dejetos gerados em fossas, sumidouros, valas abertas ou diretamente nos rios. Dos 1.135 municípios, apenas 243 cidades (21%) usam a coleta. O Semiárido cearense apresenta o maior número de sedes municipais atendidas por sistema de esgoto: são 68 de 150 (45%). Já o Piauí tem o menor número de áreas urbanas beneficiadas: apenas 5 municípios de 128 (4%).