A Secretaria de Obras (Semosp) de Guajará-Mirim (RO), a 330 quilômetros de Porto Velho, está identificando casas com ligação clandestina de esgoto, que despejam resíduos de forma inadequada na rede de drenagem pluvial do município. Os dados dos relatórios com fotos serão enviados ao setor de Fiscalização da Prefeitura, que irá notificar os moradores para que regularizem a rede de esgoto.
De acordo com o secretário municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp), Everaldo Rodrigues, as ligações são de esgoto clandestino e acabam obstruindo bueiros e, consequentemente, as ruas alagam durante o período das chuvas.
Até o momento, foram cinco pontos identificados com problemas de escoamento da água. A ação deve continuar nas próximas semanas em vários bairros do município. Além da água de fossa, os servidores encontram plástico, madeira, folhas e restos de comida. Uma das principais causa do entupimento é a água das pias, que vem com gordura e óleo de cozinha, fazendo com que a sujeira fique grudada nos tubos e a água acumule.
“A maior dificuldade que temos é com relação a higiene. Quando há uma alagação os moradores acabam perdendo mobílias, ficam ilhados e sempre culpam o poder público pelas ruas alagadas e que estão em más condições. Infelizmente, em todos os pontos verificados nós identificamos ligações de esgotos clandestinos e isso entope a rede inteira”, disse o secretário.
Everaldo explicou que a rede de drenagem pluvial escoa a água das chuvas para o rio Mamoré. Com as ligações clandestinas, água de esgoto sem tratamento acaba sendo despejada diretamente no meio ambiente causando impactos significativos.
“A natureza sofre um impacto terrível com essa prática e o prejudicado é o próprio contribuinte. As pessoas devem se conscientizar, pois são passivas de notificação e até multa. O correto é que todas as casas tenham fossa séptica e a rede de esgoto seja feita adequada mente para o despejo de dejetos. A prefeitura irá fazer campanhas educativas com a população para evitar esse tipo de prática”, declarou.
Ao G1, um morador do bairro Serraria que prefere não se identificar, diz que nem todas as pessoas utilizam a fossa séptica porque é mais cara, mas sabem que é mais efetiva do que as fossas comuns. “Nem todo mundo tem dinheiro para implantar esse sistema. Se a prefeitura vai notificar, então eles terão muito trabalho aqui na cidade. Creio que mais de 80% das casas, inclusive a minha não estão no padrão adequado”, contou o morador.